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  • Economia Circular

    Se você leu os conceitos anteriores, já deve ter percebido que o conceito de Economia Circular (EC) já vinha sendo “gestado” desde o final da década de 80 por meio, entre outros, de conceitos como a Ecologia Industrial, da Engenharia do Ciclo de Vida (ECV) do início da década de 90 e com a Iniciativa do Ciclo de Vida ( Life Cycle Initiative ) e o livro Cradle to Cradle  (C2C) do início dos anos 2000. No entanto, foi somente com o surgimento da Fundação Ellen MacArthur em 2010 que começamos a falar amplamente em Economia Circular (EC) e seu impacto nos sistemas de produção e consumo.  Em 2013 essa instituição lançou a publicação “ Towards the circular economy Vol. 1: an economic and business rationale for an accelerated transition ”, até hoje considerada um marco na história da EC. É nessa publicação que se encontrar a afirmação que a EC é baseada em três princípios orientados pelo design: eliminar resíduos e poluição, circular produtos e materiais (no seu valor mais alto) e regenerar a natureza.  É também nessa publicação que encontramos o famoso “Diagrama da Borboleta”, onde os fluxos dos materiais utilizados pela humanidade são divididos em duas grandes categorias (renováveis e não renováveis) e diferentes estratégias de fim de vida são apresentadas para cada um deles. Essa ênfase no fechamento do ciclo de materiais nos remete ao conceito de Ecologia Industrial definido em 1989 Robert Frosch e Nicholas Gallopoulos, que também consideravam os fluxos de energia e estabeleciam um paralelo entre o funcionamento dos sistemas produtivos e os ecossistemas naturais.  Também não podemos deixar de mencionar que a definição de EC da Fundação Ellen MacArthur foi fortemente influenciada pelo trabalho de William McDonough e Michael Braungart, que em 2002 publicaram o livro “ Cradle to Cradle: Remaking the Way We Make Things ”. Ainda que o conceito de EC difundido pela Fundação Ellen MacArthur não tenha trazido nada de novo em termos científicos, a habilidade de sua fundadora, Ellen MacArthur, em apresentar essa abordagem como a nova forma do capitalismo fez com que todas as grandes organizações passassem a adotar a EC em sua agenda corporativa e, por consequência, influenciou também o mundo acadêmico, que passou a orientar suas atividades em busca de sinergia com a nova “palavra da moda”.  Prova de sua maestria em “vender seu peixe” é que a publicação “ Towards the circular economy Vol. 1: an economic and business rationale for an accelerated transition ” foi lançada justamente durante o Fórum Econômico Mundial, em sua edição de 2013 e desde então “Economia Circular” passou a ser um conceito amplamente conhecido.  Colocando todas as peças juntas, podemos afirmar que a Economia Circular propõe uma forma de produzir e consumir orientada pelo design e que visa eliminar impactos ambientais durante o desenvolvimento dos produtos,  separar e gerenciar os fluxo de materiais contidos nos produtos, separando-os em compostáveis (que podem ser absorvidos pela natureza) e recicláveis (que podem retornar para o fluxo produtivo) sempre com o intuito de manter o valor original do produto em seu mais alto nível possível (por exemplo, reaproveitar um sofá mantém mais o valor desse produto do que vender os materiais que o compõem para reciclagem).  Ao estabelecermos um sistema dessa natureza (ciclo fechado) reduzimos a quantidade de matérias-primas extraídas e a quantidade de dejetos industriais lançados na natureza permitindo, assim, que os ecossistemas possam se regenerar, o que não acontece com o sistema atual (linear), cuja intensidade com que consome recursos naturais excede a capacidade de suporte da terra.  A popularização da noção de um sistema linear versus um sistema circular é também mérito da Fundação Ellen MacArthur, que desde que iniciou suas atividades vem promovendo abordagens setoriais (agricultura, plástico, moda, etc.) e produzindo conteúdos e informações que se tornaram referência mundial quando se fala em EC. Em relação à indústria da moda, a Fundação Ellen MacArthur propôs uma visão para uma moda circular e produziu uma série de publicações específicas para o setor. Você pode conhecer tanto essa visão como acessar os materiais relacionados nesse link:   https://www.ellenmacarthurfoundation.org/pt/visao-de-uma-economia-circular-para-a-moda É interessante notar que o conceito de EC não aborda a questão ou a dimensão social, sendo, assim, mais próxima, conceitualmente, da Ecoeficiência do que de Sustentabilidade corporativa.

  • A “Iniciativa do Ciclo de Vida” e o “Berço ao Berço”

    Os pioneiros da Engenharia do Ciclo de Vida (ECV) pavimentaram o caminho para o surgimento de uma série de conceitos e iniciativas no início dos anos 2000 que mudaram para sempre a forma como as empresas passaram a orientar suas ações em sustentabilidade corporativa, onde destacamos a “Iniciativa do Ciclo de Vida” ( Life Cycle Initiative ) e o livro-manifesto Cradle to Cradle  (C2C).  A Life Cycle Initiative (LCI) é uma iniciativa conjunta entre a United Nations Environmental Program  (UNEP) e da Society of Environmental Toxicology and Chemistry  (SETAC) que visa difundir o Life Cycle Thinking , ou seja, incentivar as empresas a pensar nos impactos ambientais e sociais de todo o ciclo de vida de um produto. Em relação à Engenharia do Ciclo de Vida (ECV), a LCI expande o escopo para incluir a dimensão social no ciclo de vida dos produtos, se alinhado mais ainda ao conceito da sustentabilidade corporativa.  Cradle to Cradle  (C2C) é o título do livro de 2002 de autoria do arquiteto Americano William McDonough e do engenheiro químico Alemão Michael Braungart, considerado uma das obras seminais da economia circular, sendo o seu título (“Do berço ao berço”) cunhado para se contrapor ao termo “Berço ao túmulo”, utilizado no âmbito dos estudos de Avaliação do Ciclo de Vida. O ponto alto dessa obra é a ideia de que devemos pensar no ciclo de vida dos produtos para além do seu fim de vida e passar a conceber, a projetar, sistemas de produção e consumo capazes de manter materiais circulando tal como nos ecossistemas naturais, surgindo assim a noção de sistemas circulares em detrimento ao usual sistema linear de produção e consumo.  No entanto, devemos observar também que o conceito da Ecologia Industrial já se ocupava do estudo dos fluxos de massa e energia envolvido nos sistemas produtivo e estabelecia um paralelo entre esses sistemas (criados e desenvolvidos pelo homem) e os ecossistemas naturais, isso em 1989, à partir de em um artigo científico publicado por Robert Frosch e Nicholas Gallopoulos (desde 1997 existe o The Journal of Industrial Ecology ). Se você chegou até aqui após ler os conceitos básicos anteriores, já deve ter percebido de onde veio o conceito de Economia Circula, certo?

  • Desenvolvimento Sustentável (DS)

    A definição original de DS é aquela que consta do relatório intitulado “Our Common Future” (“Nosso futuro Comum”) produzido em 1987 pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, da Organização das Nações Unidas (ONU), também conhecido como relatório Brundtland em homenagem à coordenadora dessa comissão à época, então primeira-ministra da Noruega, Gro Harlem Brundtland. Nesse documento, o DS é apresentado como sendo um modelo de desenvolvimento capaz de atender as necessidades das atuais gerações sem comprometer a habilidade das futuras em atender suas próprias necessidades. Tão ou mais importante do que a definição de DS em si é o fato de que esse relatório aponta o contraste entre a pobreza nos países do terceiro mundo e o consumismo dos países do primeiro mundo como a causa fundamental que impedia um desenvolvimento igualitário e origem de graves crises ambientais, sendo as mudanças climáticas apontada já àquela altura como uma das mais graves dessas crises.  Por fim, embora o ano de 1987 seja mais diretamente associado ao DS, ressalta-se que esse conceito já vinha sendo “gestado” desde a década de 70, tendo como base o conceito do “Ecodesenvolvimento”, criado pelo sociólogo polonês Ignacy Sachs e apresentado na Primeira Conferência Mundial sobre o Homem e o Meio Ambiente promovida pela ONU em 1972, em Estocolmo, por Maurice Strong, secretário geral dessa conferência (Ignacy Sachs foi seu assessor nessa conferência).  Retrocedendo ainda um pouco mais, são marcos nessa evolução histórica os livros "Primavera Silenciosa" de Rachel Carson, publicado em 1962 e “Os limites do crescimento” de Donela Meadows, publicado em 1972 pelo Clube de Roma e considerado o primeiro relatório a abordar abertamente os limites físicos do modelo de crescimento econômico vigente à época e, com pequenas variações, válido até hoje (o Clube de Roma foi fundado em 1968 pelo industrial italiano Aurelio Peccei e pelo cientista escocês Alexander King com o intuito de debater um vasto conjunto de assuntos como política, economia e meio ambiente).  Dado à influência da ONU, esse novo conceito foi rapidamente incorporado a agenda política dos países e desde então passamos a nos referir à “Sustentabilidade” como sendo o resultado do Desenvolvimento Sustentável. Na prática, esses termos passaram a ser tratados como sinônimos da busca por um modelo de criação e distribuição de riqueza (modelo de desenvolvimento econômico) que além de mais igualitário, seja também mais responsável e inclusivo com as pessoas e menos impactante ao meio ambiente.

  • H&M e Save the Children fazem parceria em projeto na Índia

    A gigante do varejo de moda H&M se uniu à Save the Children  Índia e lançou o projeto Tikau Fashion de circularidade têxtil na cidade de Bengaluru, capital do estado de Karnataka, no sul da Índia. Essa região enfrenta crescentes problemas com roupas e tecidos descartados o que complica ainda mais o frágil gerenciamento de resíduos da cidade. O projeto focará na educação comunitários de jovens visando a adoção de práticas de revalorização desses materiais ao mesmo tempo em que os ajuda a enfrentar o crescente desemprego nessa faixa etária.   Fonte: Ecotextile News

  • Quem vai pagar a conta pela descarbonização da indústria da moda?

    Enquanto são as grandes marcas que assumem compromissos ousados ​​para reduzir sua pegada de carbono, são nas empresas que fornecem para elas onde a maior parte dessa poluição ocorre.  No entanto, a maioria dessas empresas detém capacidade limitada de fazer investimentos, principalmente em projetos climáticos de longo prazo com potencial de retorno duvidoso. Essa baixa capacidade de investimento se deve principalmente ao fato de que seus clientes (as grandes marcas) formataram suas cadeias de fornecimento de tal forma a ter acesso aos produtos que comercializam da forma mais barata e flexível possível sem, no entanto, assumir quase nenhum risco financeiro. Nesse contexto, foi muito bem recebida a notícia de que H&M, Gap, Mango e Bestseller lançaram em julho de 2024 uma iniciativa conjunta de um mecanismo de financiamento coletivo que ajude os fornecedores a acessar empréstimos com juros baixos para projetos de descarbonização. Essa iniciativa foi formatada com o apoio das instituições The  Fashion Pact  e Apparel Impact Institute  e seu lançamento inicial será em Bangladesh, em data a ser anunciada. Como representante do mundo financeiro no projeto está o Singaporean Bank DBS , que se comprometeu a fornecer empréstimos as projetos definidos pelo grupo.  Embora ainda não se saiba detalhes de como o mecanismo de financiamento coletivo vai funcionar exatamente, e principalmente quais serão as taxas dos empréstimos, a iniciativa vem sendo louvada por sua abordagem colaborativa entre concorrentes e pelo fato de as grandes marcas estarem, em fim, compartilhando riscos com seus fornecedores. Com relação ao aspecto coletivo da iniciativa, acaba por ser extremamente pragmática, porque é raro que uma marca seja o único cliente de um fornecedor, e ter um grupo maior de empresas participando divide o risco.  Embora a iniciativa esteja apenas começando, já foi anunciado que o objetivo é envolver mais marcas e bancos e expandir o programa para mais países, incluindo Vietnã, Índia, China, Itália e Turquia, sendo que uma consultoria foi contratada para identificar os 10 principais fornecedores em Bangladesh com grandes oportunidades de descarbonização e que façam parte da cadeia de fornecimento das marcas participantes.  Embora não se saída nada sobre o verdadeiro apetite das marcas em assumir riscos com seus fornecedores, fica evidente que apenas com projetos de colaboração como esses as grandes marcas conseguirão atingir os compromissos de redução de gases de efeitos estuda assumidos publicamente.  Fonte: Business of Fashion

  • BASF muda acrilato para base biológica

    A BASF vai mudar sua produção de acrilato, um ingrediente-chave na produção de fibras acrílicas e produtos químicos para o setor de revestimento têxtil. A gigante química disse que, em vez de seu tradicional acrilato à base de combustível fóssil, mudará para acrilato de etila (EA) de base biológica como matéria-prima a partir do quarto trimestre deste ano. Fonte: Ecotextile News

  • Primark oferecerá treinamento em design circular para suas equipes de design e produto.

    A varejista de moda do Reino Unido Primark se uniu à Circular Textiles Foundation (CTF) para fornecer um programa de treinamento em design circular para suas equipes de design e produto.   O novo programa de treinamento cobrirá princípios avançados de design circular que com foco principal na reciclabilidade como forma de suportar seu compromisso de tornar suas peças mais recicláveis até 2027. Fonte: Ecotextile News

  • Transformação Digital para Sustentabilidade: O Futuro das Empresas no Brasil

    Nos últimos anos, a transformação digital tornou-se um pilar essencial para a sustentabilidade corporativa. À medida que o mundo enfrenta desafios ambientais e sociais sem precedentes, as empresas brasileiras estão cada vez mais utilizando tecnologias digitais para criar soluções inovadoras e sustentáveis. Este artigo explora como a transformação digital está moldando a sustentabilidade no Brasil, destacando pesquisas e dados relevantes sobre o tema, e como isso se alinha com a agenda ESG (Environmental, Social, and Governance). A Transformação Digital e seus Impactos A transformação digital refere-se à integração de tecnologias digitais em todas as áreas de um negócio, resultando em mudanças fundamentais na forma como as empresas operam e entregam valor aos clientes. No contexto da sustentabilidade, essa transformação pode levar a melhorias significativas em eficiência, redução de resíduos e uso de recursos, e na criação de novos modelos de negócios mais sustentáveis. Exemplos de Aplicação no Brasil Monitoramento e Otimização de Recursos:  Empresas brasileiras estão utilizando Internet das Coisas (IoT) e inteligência artificial (IA) para monitorar e otimizar o uso de recursos naturais. A Ambev, por exemplo, implementou sistemas de IA para reduzir o consumo de água em suas fábricas, resultando em uma economia significativa de recursos hídricos​ ( Opet )​. Energia Renovável e Redes Inteligentes:  A Enel Brasil tem investido em redes inteligentes (smart grids) que utilizam big data e analytics para melhorar a eficiência energética e integrar fontes de energia renovável. Esses sistemas permitem uma gestão mais eficaz da distribuição de energia, reduzindo perdas e melhorando a sustentabilidade energética​ ( Terra )​. Gestão de Resíduos:  A startup brasileira Triciclo utiliza tecnologias digitais para criar soluções de logística reversa e reciclagem. Seu sistema de pontos de coleta automatizados e monitorados digitalmente facilita a reciclagem de resíduos, incentivando práticas mais sustentáveis entre os consumidores​ ( O Especialista )​. Dados e Pesquisas sobre Transformação Digital e Sustentabilidade no Brasil A transformação digital está se mostrando uma força motriz para a sustentabilidade no Brasil. De acordo com um estudo da Accenture, empresas que adotam tecnologias digitais sustentáveis podem reduzir suas emissões de carbono em até 20% e melhorar a eficiência energética em até 30%​ ( We.Flow )​. Além disso, uma pesquisa da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) indica que a digitalização pode aumentar a eficiência dos processos industriais em até 50%, reduzindo significativamente o consumo de recursos e a geração de resíduos​ ( XP Investimentos )​. Benefícios da Transformação Digital para a Sustentabilidade Redução de Impacto Ambiental:  Tecnologias digitais permitem uma melhor gestão e monitoramento do uso de recursos naturais, resultando em menor desperdício e emissão de poluentes. Inovação em Modelos de Negócios:  A transformação digital facilita a criação de novos modelos de negócios, como a economia circular e serviços baseados em compartilhamento, que promovem a sustentabilidade. Transparência e Responsabilidade:  Ferramentas digitais aumentam a transparência nas cadeias de suprimentos, permitindo que as empresas rastreiem e melhorem suas práticas ambientais e sociais. Desafios e Oportunidades Apesar dos muitos benefícios, a transformação digital para a sustentabilidade também apresenta desafios. A implementação de novas tecnologias requer investimentos significativos e mudanças culturais dentro das empresas. No entanto, as oportunidades superam os desafios, especialmente quando consideramos os benefícios a longo prazo para o meio ambiente e a sociedade. ESG e a Transformação Digital A integração das práticas ESG (Environmental, Social, and Governance) com a transformação digital é crucial para alcançar uma verdadeira sustentabilidade. As tecnologias digitais não apenas melhoram a eficiência operacional, mas também promovem práticas mais transparentes e responsáveis. A adoção de padrões ESG ajuda as empresas a se alinharem com as expectativas de investidores e consumidores, que estão cada vez mais exigindo maior responsabilidade corporativa. A transformação digital está se tornando um aliado indispensável na busca por sustentabilidade no Brasil. Empresas que adotam tecnologias digitais não só melhoram sua eficiência operacional, mas também contribuem para um futuro mais sustentável. Com investimentos contínuos e a integração de práticas responsáveis, a transformação digital pode ajudar a moldar um cenário empresarial mais sustentável e inovador no Brasil. Para as empresas brasileiras, a mensagem é clara: a sustentabilidade e a transformação digital devem andar de mãos dadas, criando valor tanto para o negócio quanto para a sociedade e o meio ambiente. Adotar práticas ESG integradas à transformação digital é o caminho para um futuro mais sustentável e próspero. Referências: XP Investimentos We.Flow O Especialista Terra UniOpet

  • Entendendo o Greenwashing: A Face Oculta da Sustentabilidade

    Nos últimos anos, a sustentabilidade tornou-se um fator crucial nas decisões de consumo e nos negócios. Empresas em todo o mundo estão buscando mostrar seu compromisso com práticas ambientais e sociais responsáveis. No entanto, esse movimento deu origem a uma prática preocupante: o greenwashing. O Que é Greenwashing? Greenwashing, ou "lavagem verde", é uma estratégia em que empresas fazem alegações enganosas ou exageradas sobre suas iniciativas ambientais e de sustentabilidade, com o objetivo de parecerem mais ecológicas e responsáveis do que realmente são. Este termo, cunhado na década de 1980, refere-se à tentativa de enganar consumidores sobre as credenciais ecológicas de um produto, serviço ou empresa. Exemplos Comuns de Greenwashing Publicidade Enganosa:  Empresas criam anúncios que sugerem um impacto ambiental positivo, mas omitem informações importantes sobre os danos que causam ao meio ambiente. Um exemplo clássico é o uso de imagens de natureza intocada e slogans verdes em produtos que, na verdade, são altamente poluentes. Uso de Termos Vagos:  Termos como "natural", "verde", "ecológico" ou "sustentável" são frequentemente usados sem qualquer certificação ou prova concreta de práticas sustentáveis. Estes termos são intencionalmente vagos e podem facilmente enganar os consumidores. Selos e Certificações Falsas:  Algumas empresas criam seus próprios selos ou usam certificações sem credibilidade para sugerir que seus produtos são mais ecológicos do que realmente são. Esses selos podem parecer oficiais, mas muitas vezes não têm um padrão ou verificação real. Enfoque em um Aspecto Positivo:  Destacar um único aspecto ambiental positivo de um produto enquanto ignora outras práticas prejudiciais. Por exemplo, uma empresa pode promover a reciclagem de suas embalagens, mas continuar a poluir em outras áreas de sua produção. Impactos do Greenwashing Confiança do Consumidor:   O greenwashing pode erodir a confiança dos consumidores nas alegações ambientais das empresas e nas certificações legítimas. Quando os consumidores descobrem que foram enganados, eles podem se tornar céticos em relação a todas as alegações ambientais. Concorrência Desleal: Empresas que investem verdadeiramente em sustentabilidade podem ser prejudicadas por aquelas que apenas aparentam ser ecológicas. Isso cria um mercado desigual, onde práticas autênticas de sustentabilidade são desvalorizadas. Impacto Ambiental Real:   As práticas de greenwashing podem retardar o progresso real em direção à sustentabilidade, ao desviar a atenção e os recursos de esforços genuínos. Em vez de fazerem melhorias verdadeiras, empresas podem optar por maquiar suas práticas prejudiciais. Combate ao Greenwashing Regulamentações e Fiscalização:   Órgãos reguladores, como o Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (CONAR) no Brasil, monitoram e penalizam práticas de greenwashing. Essas entidades trabalham para garantir que as empresas sejam honestas em suas alegações ambientais. Transparência e Verificação:   Empresas são incentivadas a fornecer informações transparentes e verificáveis sobre suas práticas ambientais. Certificações reconhecidas e auditorias independentes podem ajudar a garantir a credibilidade dessas alegações. Educação do Consumidor:   Consumidores informados e críticos podem pressionar empresas a adotarem práticas realmente sustentáveis e a evitarem o greenwashing. Ao entender melhor o que procurar e questionar as alegações, os consumidores podem tomar decisões de compra mais informadas e responsáveis. O greenwashing é uma preocupação crescente à medida que a demanda por produtos e práticas sustentáveis aumenta. Para uma mudança real, é essencial que tanto empresas quanto consumidores estejam atentos e comprometidos com a veracidade das alegações ambientais. As empresas devem adotar práticas sustentáveis genuínas e transparentes, enquanto os consumidores devem continuar a educar-se e a exigir honestidade e responsabilidade. Promover uma verdadeira sustentabilidade requer esforço e compromisso de todas as partes. Ao combater o greenwashing, podemos assegurar que os avanços na proteção ambiental e social sejam reais e significativos, contribuindo para um futuro mais sustentável para todos.

  • Economia Circular: Uma Análise Crítica

    Navegando pelo Panorama dos Relatórios de Economia Circular: Um Guia da Fundação Ellen MacArthur A Fundação Ellen MacArthur, reconhecida por seu trabalho inovador em promover a economia circular, lançou recentemente o relatório "Navigating the Circular Economy Reporting Landscape" (2024) . Este documento é um guia essencial para empresas que desejam integrar práticas de economia circular em seus relatórios de desempenho e medições. Após uma leitura detalhada, é possível perceber a profundidade e a relevância deste relatório, especialmente em um momento em que a sustentabilidade se torna um imperativo empresarial. Importância e Contexto A economia circular não é apenas uma tendência; é uma necessidade. A transição de um modelo linear de "extrair, produzir, descartar" para um ciclo fechado, onde produtos e materiais são continuamente reutilizados, representa uma mudança crucial para enfrentar desafios globais como mudanças climáticas, perda de biodiversidade e poluição. O relatório da Fundação Ellen MacArthur destaca como o relato e a medição do desempenho circular podem acelerar essa transição, fornecendo dados impactantes e transparentes que orientam decisões estratégicas. Desafios e Oportunidades Um dos pontos mais reveladores do relatório é a identificação dos desafios que as empresas enfrentam na coleta e análise de dados significativos da economia circular. A falta de mecanismos estabelecidos de coleta de dados e a abordagem fragmentada e inconsistente são barreiras que muitas empresas ainda precisam superar. No entanto, o relatório também destaca as oportunidades de vantagem competitiva para as empresas que lideram essa adaptação, especialmente aquelas que tratam seus dados de economia circular como ativos estratégicos. Recomendações Práticas A Fundação Ellen MacArthur não apenas aponta os problemas, mas também oferece recomendações práticas. Entre elas, destaca-se a necessidade de ir além dos requisitos de relatórios obrigatórios, integrando métricas que reflitam a totalidade dos princípios da economia circular, como a eliminação de resíduos e poluição, a circulação de produtos e materiais em seu valor mais alto e a regeneração da natureza. Esta abordagem holística é crucial. Focar apenas na gestão de recursos, por exemplo, é insuficiente para capturar a verdadeira essência e o potencial da economia circular. As empresas precisam adotar métricas que também levem em conta o design de produtos e modelos de negócios circulares, além de práticas que regenerem os ecossistemas naturais. Integração com Relatórios Financeiros Outro ponto crucial abordado no relatório é a integração das informações da economia circular nos relatórios financeiros. Isso não só reforça a importância da sustentabilidade dentro das empresas, mas também facilita uma visão mais equilibrada e abrangente da posição e das perspectivas de uma empresa. A crescente atenção dos reguladores e a evolução das práticas de auditoria e garantia refletem essa necessidade de uma visão integrada. O relatório "Navigating the Circular Economy Reporting Landscape"  da Fundação Ellen MacArthur é um recurso valioso para qualquer empresa comprometida com a sustentabilidade. Ele não apenas fornece uma visão clara dos desafios e das oportunidades, mas também oferece um caminho prático para a liderança na economia circular. Ao adotar as recomendações e as melhores práticas delineadas, as empresas não só podem melhorar seu desempenho ambiental, mas também fortalecer sua posição competitiva no mercado. Em um mundo cada vez mais consciente e exigente quanto à sustentabilidade, as empresas que lideram o caminho em economia circular não estarão apenas contribuindo para um futuro mais sustentável, mas também garantindo seu próprio sucesso a longo prazo. A Fundação Ellen MacArthur nos oferece as ferramentas e o conhecimento para navegar por esse novo panorama — cabe agora às empresas adotarem essas práticas e transformarem a teoria em ação. Fonte: Ellen MacArthur Foundation, Navigating the Circular Economy Reporting Landscape (2024)

  • Shein tenta convencer Europeus de que se preocupa com a circularidade

    Ofensiva da gigante chinesa de ultra fast fashion ocorre em meio à tentativa de abertura de capital na Bolsa de Londres. A Shein, gigante chinesa do setor de ultra fast fashion, após desistir de abrir seu capital na Bolsa de Nova York, agora concentra seus esforços em um IPO (Initial Public Offering) em Londres. Nesse contexto, a empresa prometeu, no início de julho, lançar um fundo de investimento de €250 milhões voltado para jovens designers de moda ingleses e europeus, além de iniciativas de circularidade focadas na reciclagem de materiais têxteis. Nos últimos anos, a Shein tem sido alvo de críticas intensas relacionadas a questões trabalhistas em sua cadeia de suprimentos, segurança de produtos, violações de direitos autorais e impacto ambiental. Essas alegações têm dificultado suas ambições de crescimento, como evidenciado pela tentativa frustrada de IPO na Bolsa de Nova York. Para agravar ainda mais a situação, a Europa vive uma verdadeira revolução em seu arcabouço legal e normativo, com foco em combater o fast fashion. A nova legislação europeia, apoiada pela indústria local, reclama que essas regras não se aplicam a empresas de fora, como a Shein. Além disso, há uma forte pressão para promover a isonomia da carga tributária, atualmente menor para produtores estrangeiros, uma situação que também foi recentemente observada no Brasil. Apesar de Donald Tang, presidente executivo da Shein, afirmar que compliance e circularidade são as principais prioridades da empresa, há um enorme ceticismo em relação ao fundo de investimento de €250 milhões anunciado. Muitos questionam se essas promessas são apenas uma tentativa de desviar a atenção das críticas e evitar regulamentações mais severas. E quem não se lembra das promessas da Shein de produzir no Brasil para escapar de uma maior tributação? A semelhança com a situação atual na Europa não é mera coincidência.

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